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Reivindicações são atendidas
O setor vitivinícola, responsável pela produção e comercialização da fruta protagonista da Festa Nacional da Uva, saiu satisfeito da cerimônia que abriu oficialmente o evento ontem. Ao menos dois anúncios da presidente Dilma Rousseff foram ouvidos com atenção por representantes do setor: o decreto que regulamenta a Lei do Vinho – que ela informou que será publicado hoje no Diário Oficial da União – e a confirmação do preço mínimo da uva para R$ 0,63.
O novo valor de referência para a fruta já havia sido aprovado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) no final do ano passado, mas ainda faltava a confirmação oficial para garantir aos produtores que os preços serão de fato praticados. Até então o valor mínimo da uva era de R$ 0,57, o que representa, portanto, um aumento de cerca de 10%.
Já o decreto da Lei do Vinho foi recebido com maior surpresa pelo setor, embora a reivindicação fosse antiga. Conforme o diretor-executivo do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Carlos Paviani, de 2008 a 2013 o projeto circulou pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e pela Defesa Civil aguardando aprovação.
– O decreto regulamenta aspectos qualitativos nos vinhos, abrindo a possibilidade de uso de termos como Reserva e Gran Reserva nos rótulos. Além disso, com a lei ampliam-se as zonas de produção vitivinícola do país para 10 Estados – explica.
Além disso, a novidade atualiza a legislação brasileira, adequando os padrões do setor aos do Mercosul. Detalhe: tanto a oficialização do novo preço da uva quanto a Lei do Vinho constavam no documento com pleitos que o setor entregou à presidente ontem.
Apesar de ressaltar que os anúncios de Dilma foram positivos, o presidente da Comissão Interestadual da Uva e do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Flores da Cunha e Nova Pádua, Olir Schiavenin, vê com cautela as novidades. Segundo ele, o preço mínimo da uva, por exemplo, deveria superar a marca dos R$ 0,70.
– Quanto à Lei do Vinho, ela é interessante porque adapta e moderniza a produção ao mercado. Mas não venderemos mais vinho em função disso – acredita.
O setor vitivinícola entregou a Dilma, além de um documento com reivindicações, uma cesta com vinho, espumante e suco de uva. A vinícola Lidio Carraro também repassou, momentos após à cerimônia, três vinhos oficiais da Copa do Mundo à presidente.
Lidio Carraro
20/06/2014 Correio Braziliense
Esta coluna não se cansa de lembrar: foi uma empresa familiar gaúcha, a Lidio Carraro, no estilo vinícola-boutique, com produção de apenas 300 mil garrafas/ano.