Mídia
Colhendo os frutos
Até meados do ano passado, quem ia produzir o vinho oficial
da Copa (e sempre tem um) era a chilena Concha Y Toro. Era, felizmente. Numa
jogada de mestre, 20 vinícolas brasileiras se uniram e viraram o jogo: mandaram
seus portfólios para a Fifa em Zurique. Com o lance, nossos produtores
conseguiram driblar a vinícola chilena, que nem para o banco de reservas foi:
saiu de vez de cena, pelo menos no tocante à Copa do Mundo, no Brasil. A
pequena Lidio Carraro, em Bento Gonçalves (300 mil garrafas por ano) levou a
melhor. Sua linha FACES, da enóloga Mônica Rossetti, combina 11 uvas diferentes
da região, não por acaso, o número de jogadores que entram em campo. Golaço.
Essa semana os tintos, roses e brancos FACES, com o símbolo oficial
da Copa do mundo estampado nos rótulos, estarão nas gôndolas do francês
Monoprix. E nem serão os primeiros vinhos da casa a cruzar fronteiras: a Lídio
Carraro, desde 2005, vende para 30 países na Europa. Quem embarcar na Finlândia
para um cruzeiro no mar Báltico, por exemplo, poderá desfrutar de seu merlot
2005, que ganhou 93 pontos da especialista inglesa Jancis Robinson e elogios
rasgados de Steve Spurrier, o todo poderoso da revista inglesa “Decanter’s”.
Nada mal.
Lidio Carraro
20/06/2014 Correio Braziliense
Esta coluna não se cansa de lembrar: foi uma empresa familiar gaúcha, a Lidio Carraro, no estilo vinícola-boutique, com produção de apenas 300 mil garrafas/ano.