A um ano de sua abertura, no estádio que o Corinthians finaliza em São
Paulo, a Copa de 2014 já desencadeou, entre outros, o processo de produção de
seu vinho oficial. A distinção coube à Lidio Carraro, vinícola pequena, jovem,
mas com experiência em grandes eventos: eram dela os vinhos dos jogos
Panamericanos do Rio em 2007.
O projeto Faces apresentará uma nova linha de produtos, com a qual a Lidio
Carraro espera atingir novos mercados. Os vinhos serão servidos em solenidades,
eventos e, durante os jogos, em todos os camarotes dos estádios. Com os novos
rótulos, a vinícola alcançará, além de seus revendedores habituais, as melhores
redes de supermercados em todo o mundo.
Essa responsabilidade torna mais interessante a seção abaixo, em que a enóloga
da Lidio Carraro responde a perguntas deste colunista.
Três perguntas para Monica Rossetti, enóloga da Lidio Carraro Vinícola Boutique
Engajada desde o início no projeto da vinícola e sua principal enóloga,
Monica (foto acima) tem formação superior em Enologia no Brasil e
especialização na Itália, país onde há cinco anos presta consultoria técnica
para importantes vinícolas. Ela desenvolveu um método de viticultura e enologia
de precisão chamado animavitis e, apesar de sua juventude, já contabiliza o
acompanhamento de 25 safras entre os dois hemisférios.
Somente na Lidio Carraro, coordena a produção de 360 toneladas de uvas em 42
hectares de vinhedos próprios, com as quais são elaboradas 300 mil garrafas de
vinhos finos - será o dobro até 2014, em função da Copa. Essa linha específica
- de nome Faces - levará a marca além das categorizadas lojas e restaurantes
habituais: também estará em supermercados Premium do Brasil e do exterior.
1 - A Lidio Carraro pretende permanecer uma vinícola boutique ou já
cresceu demais para isso?
Monica Rossetti - O conceito de boutique para nós
é mais amplo do que os números, tem a ver com cuidados desde a implantação do
vinhedo até a apresentação do produto ao mercado. Todo o processo de criação do
vinho é diferenciado, cada um tem seu projeto específico. O crescimento em
volume previsto para 2014 não compromete a qualidade, pois é baseado na
produção própria das uvas. O vinho da Copa segue o mesmo conceito, será o
melhor que se pode fazer.
2 - Quais as características principais de seus vinhos, eles são bons de
guarda?
Rossetti - Nosso foco é mantido exclusivamente em vinhos Premium e Top
Premium. Concentramos esforços para obter uma matéria-prima de excelência,
conduzimos o processo com a mínima interferência e o máximo respeito à
expressão natural da uva e a seu território de origem e optamos por não usar
madeira durante o processo de maturação. Todos os vinhos da linha Top Premium
são considerados de guarda, já que somente chegam ao consumidor após um mínimo
de três a quatro anos depois do engarrafamento. Em geral, eles têm potencial de
guarda superior a 10 anos.
3 - Como se insere a LC no mercado brasileiro de vinhos?
Rossetti - A Lidio Carraro ainda está desenvolvendo sua estrutura
comercial, mas está presente em lojas especializadas e nos melhores
restaurantes do Brasil. Já o projeto Faces, lançado através do Vinho da Copa
2014, abrange também os principais supermercados Premium.
Doses
Relacionado a Lidio Carraro:
Responsável pela produção do vinho oficial do Mundial, com o selo Fifa, comercializou 90% das 600 mil garrafas produzidas do tinto e branco Faces
Esta coluna não se cansa de lembrar: foi uma empresa familiar gaúcha, a Lidio Carraro, no estilo vinícola-boutique, com produção de apenas 300 mil garrafas/ano.
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