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18/05/2016
Cruz Alta abre o Calendário Oficial e sedia a primeira edição de 2016 do Circuito de Gestão e Inovação no Agronegócio
- Temas relevantes para o
desenvolvimento do setor, como o impacto das variações climáticas na
produtividade e o controle de pragas na lavoura, estão na pauta do encontro
promovido pelo I-UMA (Instituto de Educação no Agronegócio) com apoio da
Simbiose, Celulose Riograndense, CCGL e UNICRUZ. As palestras
devem reunir lideranças do agronegócio, cooperativas, sindicatos rurais,
Agroindústrias, Associações Comerciais, Midia Regional, produtores,
universidades, prefeitos, secretários de agricultura e demais autoridades, no
dia 07 de junho, das 13h30min às 17h, no Centro de Eventos CCGL.
Entrada franca
- As
regiões mais frias do Estado deverão ter a produtividade agrícola impulsionada,
principalmente nas últimas datas de semeadura. “O maior impacto deve ocorrer
sobre a região da Zona Sul”, destaca o pesquisador e coordenador do
Laboratório de Agrometeorologia Embrapa Clima Temperado, em Pelotas, Silvio
Steinmetz. Ele é um dos palestrantes da edição 2016 do Circuito de
Gestão e Inovação no Agronegócio, promovido pelo I-UMA (Instituto de
Educação no Agronegócio), com apoio da Simbiose, Celulose
Riogrande, CCGL e UNICRUZ. O encontro deve reunir lideranças do
agronegócio, cooperativas, sindicatos rurais, Agroindústrias,
Associações Comerciais, Midia Regional, produtores, universidades,
prefeitos, secretários de agricultura e demais e autoridades da região AMAJA,
no dia 07 de junho, das 13h30min às 17h, no Centro de Eventos CCGL, para
debater sobre O Impacto das Variações Climáticas na Produtividade Agrícola e
o Controle da Mosca Branca – Uma Nova Praga no RS.
O primeiro tema vai ser abordado por
Steinmetz, que propõe avaliar as possíveis medidas a serem utilizadas na
agricultura para diminuir ações negativas do clima. “Mas, como se vê, também há
efeitos positivos, e é possível maximizá-los”, destaca o especialista que é Doutor em Ciências da água e
desenvolvimento pela Universidade de Montpellier, e Mestre em Agrometeorologia
na Universidade de Nebraska (USA). Steinmetz explica que o frio
sempre foi considerado como um problema crítico no cultivo de arroz, sobretudo
na etapa de floração. “Portanto, o aumento das temperaturas mínimas que vem
ocorrendo, principalmente no verão, é uma vantagem para a cultura do arroz.”
Durante sua fala, o pesquisador irá
analisar as características do clima em todo o Rio Grande do Sul – com ênfase
para a Região do Planalto Médio (composta por nove municípios, incluindo Cruz
Alta) – apontando as principais influências dos fenômenos La Ninã e El Nino
(Enos) no resultado do setor agrícola. “Em anos onde a influência é do La Ninã
(com chuvas na primavera e outono) ocorrem atrasos da semeadura de algumas
culturas, como arroz, soja e milho, que interferem em algumas situações, como a
colheita da soja que está encerrando agora, principalmente na Zona Sul do
Estado.”
A produtividade também é afetada
negativamente quando as chuvas se concentram com grande intensidade em
determinados períodos, causando problemas de instalação da lavoura como ocorreu
na safra passada, completa Steinmetz. Ele sinaliza que as previsões apontam
para a perspectiva de um aumento do volume da chuva acima da média histórica ao
longo dos anos na Região Sul do Brasil. “Por outro lado, têm-se observado nos
últimos anos o aumento da variabilidade climática, com extremos: o que resulta
em anos muito chuvosos ou muito secos, ou de muito frio ou muito calor.” Em
caso de aumento de chuvas, se bem distribuídas, as águas podem favorecer as
culturas de sequeiro, pondera Steinmetz.
Produtores devem ficar atentos à
chegada da Mosca Branca no Estado
Se por um lado o agricultor não pode evitar as variações
climáticas, ficando limitado a adaptar culturas aos efeitos do frio, do calor,
das secas ou das chuvas; por outro, é fundamental que fique atento ao
monitoramento das lavouras, evitando o surto de determinadas espécies nocivas.
Neste sentido, o professor e pesquisador da Universidade do Estado da
Bahia (UNEB), Marco Antonio Tamai, faz um alerta: “A Mosca Branca, ou
Bemisia tabaci (Gennadius) é uma das pragas mais devastadoras de soja, feijão,
algodão e diversas hortaliças e ornamentais no País – e pode estar chegando ao
Rio Grande do Sul.”
Mestre e Doutor em Entomologia pela Escola Superior de
Agricultura Luiz Queiroz (ESALQ/USP), Tamai será o palestrante do painel Controle da Mosca Branca – Uma Nova Praga no RS, onde deve explicar como o ataque deste
inseto compromete a produtividade das culturas por meio do depauperamento da
planta e transmissão de doenças viróticas, além de aumentar os custos do
agricultor pela elevação dos gastos com inseticidas. “As perdas causadas
pela praga são muito dependentes do cultivar, sendo
os mais sensíveis podendo sofrer redução entre 28,1% a 39,0% na produção”,
informa o especialista.
Segundo Tamai, quanto mais tarde se iniciar
o controle da lavoura, pior. “O uso de produtos com ação sobre ninfas e ovos,
como os reguladores de crescimento e análogos do hormônio juvenil, em
associação ou rotação com os tradicionais adulticidas são mais indicados,
tornando a contenção mais eficiente e contribuindo para que a evolução da
resistência aos inseticidas seja mais lenta”, ensina.
O especialista detalha ainda que o
monitoramento da lavoura deve ser iniciado logo após a germinação das plantas
de soja, e o controle químico deve ser realizado com populações baixas da
praga. “Isso porque a presença de fumagina nas folhas é uma evidência de que a
presença deste inseto atingiu níveis muito elevados, e para a maioria dos cultivares já
ocorreu comprometimento na produtividade”, explica Tamai.
“Os dois temas deste próximo evento são muito relevantes
para o agricultor”, avalia o presidente da Simbiose, Marcelo de Godoy
Oliveira, destacando que é preciso constantemente propiciar informações
seguras e de qualidade como forma de ajudar na tomada de decisões dos gestores
do agronegócio. “Cruz Alta é um grande e importante polo produtor no Rio Grande
do Sul, e oportunizar informações como estas na nossa região, com a qualidade
dos profissionais que estarão apresentando as palestras, será de fundamental
importância para a cadeia produtiva se antecipar no seu planejamento anual.”
Circuito já percorreu 11 macrorregiões
do Estado, desde 2014
O presidente do I-UMA, José
Américo da Silva destaca que esta é a terceira vez que o Circuito de
Gestão e Inovação no Agronegócio chega à Cruz Alta. O dirigente
afirma que a escolha dos destinos está vinculada à representatividade da cadeia
produtiva, inclusive na área científica. “Desde 2014, quando iniciamos a
primeira edição do circuito, já percorremos 11 macrorregiões, abrangendo 270
municípios sempre buscando dar ênfase às peculiaridades dos lugares por onde
passamos”, pontua Silva.
Nesta primeira etapa de 2016, o
Circuito irá passar por cinco macrorregiões, abrangendo mais de 200 municípios.
“A escolha dos temas também tem peso na relevância para o setor. Sabemos, por
exemplo, que a mitigação do clima com reflexo no agronegócio irá interferir
inclusive na orientação de novos produtos.” Silva exemplifica o resultado das
mudanças climáticas, ao citar uma nova realidade no Estado: “As plantações de
cana, antes inimagináveis. No entanto, passaram a ocorrer pela mitigação do
clima e por uma nova oportunidade de negócio que é o biocombustível.”
Silva defende a capacitação, cultura e pesquisa de todos
os elos da cadeia produtiva do agronegócio, a fim de qualificar produtores
rurais, profissionais e instituições através da educação especializada. No Rio
Grande do Sul, o setor contribuiu para que a economia gaúcha tivesse um
desempenho melhor que o nacional, em 2015, devido à sua taxa de crescimento (de
13,6%) acumulado no ano. “Se não fosse a agricultura, que deu uma
contribuição positiva de 1,2%, a queda do PIB gaúcho, que ficou em -3,4%,
poderia ter sido em torno de 4,5%”, declara o presidente da Fundação de
Economia e Estatística (FEE), Igor Morais.
Também as exportações do agronegócio têm ganhado impulso.
Tendo movimentado US$ 8,35 bilhões em março de 2016, as vendas externas do
setor cresceram 5,9% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo o
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. “O resultado da nossa
economia – não só do Estado, mas do País – depende extraordinariamente do
agronegócio”, ressalta o presidente do I-UMA. “Por isso é tão importante
divulgar resultados sobre pesquisas e estudos que propiciem a defesa no controle
de pragas, e até de mutações das sementes”, defende o presidente do I-Uma.
SERVIÇO
O
QUE: 1ª etapa do Circuito de Gestão e Inovação no
Agronegócio 2016
QUANDO: Dia 07 de
junho, das 14h às 17h
ONDE: Centro de
Eventos CCGL – Rodovia RS 342, Km 149 - Cruz Alta/RS.
CREDENCIAMENTO: 13h30min
INFORMAÇÕES: (51) 3224-6111
ou agrocircuito@i-uma.edu.br
ENTRADA
FRANCA
PROGRAMAÇÃO
PAINÉIS TEMÁTICOS
O
Impacto das Variações Climáticas na Produtividade Agrícola Palestrante: Silvio Steinmetz, Doutor
em Ciências da água e desenvolvimento pela Universidade de Montpellier,
Mestre em Agrometeorologia na Universidade de Nebraska (USA), Pesquisador
e Coordenador do Laboratório de Agrometeorologia Embrapa Clima Temperado,
Pelotas, RS.
Controle
da Mosca Branca – Uma Nova Praga no RS
Palestrante: Marco Antonio Tamai, Mestre e
Doutor em Entomologia pela Escola Superior de Agricultura Luiz Queiroz
(ESALQ/USP), Professor e Pesquisador da Universidade do Estado da Bahia (UNEB).
APRESENTAÇÕES
INSTITUCIONAIS
CCGL
Caio Vianna, presidente da CCGL
SIMBIOSE
Marcelo De Godoy Oliveira, presidente da Simbiose
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