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22/07/2014
Agricultura mais conectada com a saúde e meio ambiente
No
futuro, a produção será multifuncional, desde alimentos com valores nutricionais
a matérias-primas para energias limpas. Esta nova visão foi um dos pontos altos
do Circuito de Gestão e Inovação no Agronegócio, promovido pelo Instituto de
Educação no Agronegócio (I-UMA) nesta terça-feira (22) e que reuniu
especialistas na Associação Pró-Desenvolvimento Languiru, em Teutônia
A
incorporação de conhecimento e de inovações tecnológicas provocou uma revolução
no campo nos últimos 40 anos, elevando o Brasil a player mundial na produção de
alimentos e gerando valor à cadeia do agronegócio. Esta evolução não se
estancou, pelo contrário, se acelera nos próximos 10 anos, transformando a
tipologia da agricultura, que passa a ser multifuncional. O que isso significa?
Que não serão mais produzidos apenas alimentos, mas fibras, biomassa, ao mesmo
tempo preservando os recursos naturais e cuidando do bem-estar humano e animal.
“A conexão com a saúde será fundamental. O alimento deixa de ser um simples
preenchedor de calorias diárias para ter aspectos nutricionais e seguros,
garantindo qualidade de vida. A cobrança de um novo olhar para a agricultura
virá da sociedade, que passará a exigir e ter forte controle sobre a eficiência
na produção”, disse o doutor em Ciência do Solo e chefe-geral
da Embrapa Clima Temperado, Clenio Nailto Pillon, um dos palestrantes do
Circuito de Gestão e Inovação no Agronegócio, promovido pelo Instituto de
Educação no Agronegócio (I-UMA) nesta terça-feira (22) na Associação
Pró-Desenvolvimento Languiru, apoiadora do evento em Teutônia.
O
estratégico evento, que reuniu lideranças de entidades, produtores rurais,
empresários, autoridades políticas e formadores de opinião, é a 4º edição
da série – já ocorreu em Dom Pedrito, Bento Gonçalves e Cruz Alta. “Estes
encontros são uma oportunidade de reciclagem e atualização, pois a ideia é de,
através do conhecimento, incrementar a produção e a rentabilidade, assim como
fornecer subsídios para a solução de temas que fazem parte do dia a dia das
empresas e das propriedades”, afirmou o economista José Américo da Silva,
presidente do I-UMA, lembrando que o próximo encontro será em 9 de setembro, na
cidade de Não-Me-Toque. Segundo ele, o Circuito tem abrangência além da
cidade-sede, pois atrai público de todas as cidades vizinhas, razão pela qual
os conteúdos selecionados tratam de questões pertinentes a cada região
visitada. “A agricultura, a avicultura e as indústrias de laticínios
impulsionam o crescimento do município. As palestras sobre mercado e conteúdos
técnicos fomentam o conhecimento, servindo de suporte para os produtores inovarem
em suas propriedades”, declarou o prefeito de Teutônia, Renato Airton Altmann.
SERVIÇOS
INTELIGENTES – Ainda, de acordo com Clenio
Nailto Pillon, da Embrapa Clima Temperado, que palestrou sobre Segurança
Alimentar e as Tecnologias Sustentáveis: Desafios e Oportunidades, a inovação
que adentrou as porteiras foi crucial para o aumento da produção.Em
35 anos, a área cultivada cresceu 30%, em contrapartida, a produção aumentou
221%, o que se traduz em eficiência produtiva. A tecnologia, comentou, mudará ainda
mais a geografia das propriedades nos próximos anos, visto que a população
rural reduzirá dos atuais 16% para 10% até 2030. Ou seja, devido ao êxodo rural
(jovens agricultores que buscam mercado de trabalho nas cidades), os processos
de cultivos e produção serão mais e mais mecanizados e automatizados. “A
agricultura de informação também é um ponto a favor do produtor. Os técnicos
vão se utilizar de serviços inteligentes para tomar decisões on time na
lavoura”, comentou. Ao citar que o Brasil é referência em tecnologia de
conservação e Sistema de Plantio Direto (SPD) - são 35 milhões de hectares de
cereais, a maior área cultivada no mundo -, Pillon reforçou que ainda há
necessidade de se aumentar a soberania produtiva no Brasil, com eficiência em
uso de recursos naturais, principalmente água, infraestrutura e manejo adequado
que permita retirar CO2 da atmosfera e incorporar no solo ou produzir biomassa
(créditos de carbono), ou seja, tornar-se provedor de serviços ecossistêmicos.
APOIO
E PATROCINADORES - A iniciativa do I-UMA tem apoio da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Federação das Associações
Comerciais e de Serviços do RS (Federasul), do SESCOOP-RS, do Parque
Tecnológico de São Leopoldo (Tecnosinos) e de parceiros locais, como CCGL,
COOPEG, Cotrijal, Vinícola Guatambu Estância do Vinho, Ibravin, Languiru,
Produfort e Simbiose. O Circuito tem o patrocínio do Banco do Brasil, BSBios,
Celulose Riograndense, Farsul, Senar, Sebrae, Icatu Seguros, Kepler Weber,
Secretaria de Agricultura, Pecuária e Agronegócio do Estado do RS, e do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Quatro
pilares para construir um processo sucessório
A
apresentação de ferramentas para estruturar a propriedade e controlar os custos
de produção para obter mais rentabilidade foi apenas uma parte da palestra
proferida pelo sócio da Focu Rural, Flavio Cazarolli, no encontro de gestão e
inovação de Teutônia. Dentro do tema Desafios da Gestão e da Eficiência
Produtiva,o consultor abordou a sucessão familiar. Segundo ele, um
processo sucessório tranquilo e com resultados positivos deve ser construído
sob quatro pilares: assegurar o controle do negócio pela família, preparar os
sucessores, planejar a transferência do patrimônio enquanto vivo e
profissionalizar a gestão. “Independentemente do tamanho, toda
propriedade tem herdeiros, mas nem sempre sucessores”, frisou Cazarolli,
observando que 96% dos negócios são familiares, porém 70% são extintos na
segunda geração e somente 15% chegam à terceira geração de forma unitária, um
percentual considerado baixo. “É preciso um processo de governança e de
profissionalização da gestão, o que evitará conflitos futuros”, relatou.
Crédito
e recursos a fundo perdido
Considerando as mudanças no padrão alimentar
global e o aumento da população mundial, que, segundo a Organização das Nações
Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), vai ser de 9 bilhões de habitantes
em 2050, o Brasil deve aumentar o fornecimento de alimentos. Incremento de
produção que depende, muitas vezes, de programas de investimento e de linhas de
crédito. Na terceira palestra do Circuito, além de explicar alguns
recursos disponíveis para o desenvolvimento do setor agropecuário brasileiro, o
superintendente federal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(MAPA), Francisco Signor, apresentou o Plano Agrícola e Pecuário (PAP), que
começou em 1º de julho deste ano e vai até 30 de junho de 2015.
Segundo
ele, os principais eixos do PAP baseiam-se no apoio estratégico aos médios
produtores, à inovação tecnológica, ao fortalecimento do setor de florestas
comerciais e à pecuária de corte, além de ajustes no seguro rural. Ao todo,
serão disponibilizados R$ 156,1 bilhões – alta de 14,7% sobre os R$ 136 bilhões
da safra 2013/14 –, dos quais R$ 112 bilhões são para financiamentos de custeio
e comercialização e R$ 44,1 bilhões para os programas de investimento.
Um
dos exemplos citados por Signor é o Prodesa, voltado a construções,
agroindustrialização e mecanização. “Estes recursos, a fundo perdido, são
reservados aos municípios por meio de emendas parlamentares. Então, é preciso
cobrar dos deputados federais e senadores, que representam o Estado, para que apresentem
pleitos para conseguir estes repasses”, frisou, observando que há programas que
disponibilizam recursos para revitalização de pocilgas do setor avícola e à
produção leiteira.
A
passagem do tópico crédito para o tópico seguro foi feita por Sérgio Rangel,
mestre em Economia e professor do curso de Ciências Atuariais da UFRGS, ao
proferir a palestra “Seguro de Vida como Agente de Estabilização Econômica e
Continuidade do Patrimônio”. Rangel sobre os benefícios deste tipo de contrato,
relatando a evidente falta de planejamento do Brasileiro para enfrentar os
riscos de longevidade, invalidez e morte. Com base em dados estatísticos, o
consultor apresentou os impactos da transição demográfica Brasileira,
ressaltando que em 2042 o país terá, segundo o IBGE, uma população de 228
milhões de pessoas. Rangel alertou para o fato de que apenas 5% dos brasileiros
contratam algum tipo de Seguro de Vida, o que demonstra que as pessoas não têm
o costume de se planejar, mirando o futuro. Por fim, o consultor enfatizou a
necessidade dos profissionais e demais pessoas envolvidas no agronegócio de
buscarem proteção securitária, seja para a tranquilidade dos familiares ou para
garantia de continuidade do patrimônio.
3ª
maior força do cooperativismo
Reconhecida
como a 3ª maior força do cooperativismo do Estado, a Languiru vive um momento
histórico, provocado por uma série de decisões estratégicas a partir de 2002,
quando implantou seu programa de reestruturação e adotou um modelo de gestão
profissional. Os resultados já vieram a partir de 2005, quando construiu a
fábrica de laticínios. Os anos seguintes foram de mais investimentos, culminado
em um crescimento de 32% em 2013 sobre 2012. “A projeção é de um faturamento de
R$ 1 bilhão neste ano, o que representa 18%”, contou o presidente Dirceu Bayer,
ao falar sobre o case de sucesso que se tornou a Cooperativa Languiru, que
apoia o Circuito de Gestão e Inovação no Agronegócio do I-UMA.
“Fizemos
altos investimentos em infraestrutura e tecnologia. Hoje, a cooperativa está preparada
para atender os mercados mais exigentes do mundo”, acrescentou. Quase
sexagenária, a companhia exporta para mais de 45 países nos cinco continentes.
Ao todo, são 25 unidades de negócios, sob o guarda-chuva da Languiru,
totalizando 5,6 mil produtores e 2.630 funcionários. O patrimônio é formado por
frigoríficos de abate de frangos e de suínos, planta de beneficiamento de
leite, quatro supermercados e uma fábrica de ração.
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