Mídia
Tecnologia muda ambiente dos negócios publicitários.
Curtir, compartilhar, twittar e dar check-in. Essas são algumas das expressões que se tornaram corriqueiras no dia a dia dos aficionados por tecnologia. Mas, paralelamente, elas se transformaram em uma espécie de mantra na publicidade e propaganda. Em meio à batalha de marcas para fisgar o consumidor, os termos estão capitaneando uma espécie de revolução no modo de trabalho e no ambiente de negócios do setor. Essa é uma das teses defendidas durante a 19ª edição do Festival Mundial de Publicidade de Gramado, que se encerra nesta sexta-feira. Neste ano, o evento teve como tema “Razão e Emoção”.
“A inovação de uma tecnologia é o ponto de início para contarmos uma história. A tecnologia nos oferece várias oportunidades na forma de criar uma narrativa e também muda todo o ecossistema do mercado”, sentencia o japonês Morihiro Harano, fundador da agência Mori Inc. e jurado frequente do Festival de Cannes. O asiático diz que o desafio dos publicitários hoje é procurar alternativas nos lugares certos e não onde está mais iluminado (no lugar-comum). Ou seja, o ideal é sair da zona de conforto das mídias tradicionais e buscar soluções diferenciadas.
Para Harano, esse comportamento vai ao encontro daquilo que as pessoas esperam. Segundo ele, mediante as transformações que a publicidade vem sofrendo, o profissional do setor precisa refletir sobre três questões durante o processo criativo. “O que fazer? Onde estão as oportunidades? Como fazer?”, aponta. Perguntas aparentemente simplórias, mas que, sem o devido tratamento, podem culminar em decisões equivocadas. No caso de produtos, o publicitário menciona que uma das formas de se inovar é pensar no design.
Presidente internacional da Associação Latino-Americana de Agências de Publicidade (Alap), a uruguaia Selva Andreoli endossa o coro de que a internet e as novas mídias estão revolucionando o setor e modificando as relações com o público-alvo. “Houve aumento de liberdade nas formas de se comunicar. A interatividade é um grande valor agregado da internet, pois as relações se dão em uma via de mão dupla”, acredita Selva.
E a tecnologia está diretamente ligada à razão e à emoção, na ótica do presidente do festival e da Dez Comunicação, Mauro Dorfman. “Se nós fazemos uma ação na internet ou em vários meios, ela tem que emocionar e atrair o meu público. E, com a multiplicação das plataformas de comunicação disponíveis, isso faz mais sentido ainda”, define.
Dez Comunicação