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07/12/2011 Revista IstoÉ

Teatros da memória


Giorgio de Chirico, um dos mais influentes pintores da arte moderna no mundo, chega ao Brasil em mostra itinerante

A praça, na cultura greco-romana, era onde se reuniam poetas, filósofos, oradores, guerreiros, políticos e intelectuais. Ambiente por excelência das pinturas de Giorgio de Chirico, a praça é o cenário onde o artista aproxima fragmentos e memórias das várias culturas e cidades onde residiu. Nascido em Volos, na Grécia, em 1888, mas italiano de adoção, De Chirico viveu em Florença, Turim, Munique, Nova York, Ferrara e Paris, até fixar-se em Roma, em 1944. As praças representadas em sua pintura são também locais de encontro de três momentos-chave da cultura ocidental: antiguidade clássica, renascimento e modernidade. Essa justaposição cultural e temporal está bem sintetizada em “Muse Inquietanti”, de 1924, a obra mais antiga da exposição “De Chirico: o Sentimento da Arquitetura”, em cartaz a partir de 9 de dezembro na Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre.

Nessa pintura – realizada no auge da fase metafísica de De Chirico –, o Castello Estense, joia arquitetônica renascentista de Ferrara, é cercado por ruínas gregas, chaminés de fábricas – ícones da era industrial – e pelas “musas inquietantes” que nomeiam a obra. Efetivamente inquietantes, essas esculturas-manequins conferem a aura de mistério, transcendência e erudição que iluminou toda a obra de De Chirico e inspirou o grupo surrealista de André Breton. “A cidade de De Chirico é cidade grega, renascentista e moderna ao mesmo tempo: por isso foi amada por Breton como o espaço surreal, onde atravessam simultaneamente o vapor de uma locomotiva e a vela homérica”, escreve no catálogo da exposição a curadora Maddalena D’Afonso, crítica de arte e arquitetura.

Cada obra se comporta, portanto, como um arquivo histórico em si, colocando tempo e espaço em suspensão – como manda a metafísica. Ali se descortina o pensamento de um artista-filósofo, mas também de um artista-arqueólogo, interessado nas camadas esquecidas da civilização. Na tela “Archeologi”, de 1968, De Chirico homenagearia a profissão, apresentando duas figuras com corpos compostos por elementos da arquitetura greco-romana, como templos, capitéis, ruínas e arcos.

A mostra conta com 45 pinturas e 11 esculturas produzidas no período neometafísico, entre os anos 1960 e 70, além de 66 litografias de 1930 – todas obras da Fondazione Giorgio e Isa de Chirico. A trajetória da exposição inclui Belo Horizonte e São Paulo, mas é sintomático que comece em Porto Alegre. A montagem na Fundação Iberê Camargo propiciará, afinal, um reencontro entre mestres. Em 1948, quando partiu para a Europa com uma bolsa de estudos, Iberê Camargo estudou durante um ano com De Chirico, em Roma. “Iberê ­Camargo aprendeu com o mestre europeu da pintura metafísica procedimentos técnicos relativos à pintura”, aponta a crítica de arte Mônica Zielinsky, responsável pela catalogação da obra completa do artista gaúcho. “Mas Iberê também encontrou afinidade entre as fontes de estudo do pintor italiano, pois ambos estudaram Nietzsche e Schopenhauer, ao discutirem a ideia do verdadeiro, e acreditaram na negação do presente, na necessidade de expor o mistério, a solidão e o silêncio, cada um por caminhos pictóricos completamente distintos.”

A crítica aponta que ambos têm pinturas de prédios solitários e isolados: De Chirico em referência a monumentos e praças de Roma, Iberê em fachadas de hospícios no Rio de Janeiro. Esse diálogo poderá ser conferido in loco, já que o quarto andar do edifício projetado pelo arquiteto Alvaro Siza fica sempre reservado às obras de Iberê, independentemente da exposição temporária em cartaz. Atualmente, a mostra “Conjuro do Mundo”, com curadoria de Adolfo Montejo Navas, tem 73 obras. A cada seis meses, uma nova curadoria apresenta novas propostas e trabalhos. Com essa dinâmica, a fundação garante a saudável circulação de seu acervo de cinco mil obras, garantindo o diálogo permanente entre Iberê e seus pares.

Fundação Iberê Camargo



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