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12/03/2013 Revista da Cultura

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Com traços que remetem ao universal a partir da história e da paisagem da África do Sul, mais de 20 anos de trabalho de William Kentridge são expostos em mostra do artista no Brasil

Conhecido por seu trabalho multifacetado, o sul-africano William Kentridge ganhou, no fim do ano passado, uma exposição de grande porte no Brasil. Participante da Bienal de São Paulo em  1988, ele voltou para a Bienal do Mercosul, em Porto Alegre, em 2007. 

Agora, depois de passar pelo Rio de Janeiro, William Kentridge: fortuna – com 32 desenhos,  26 filmes e animações, 115 gravuras, além de 25 esculturas e duas vídeos-instalações – desembarca neste mês em Porto Alegre, onde pode ser vista até 26 de maio na Fundação Iberê Camargo. A seguir, a mostra ainda vai para São Paulo (29 de agosto até 17 de novembro, na Pinacoteca), fazendo com esse trajeto o público brasileiro conhecer mais de 20 anos da produção do artista.

As obras têm como característica comum traços que remetem à história e à paisagem da África do Sul, onde nasceu em 1955. Seus trabalhos vinculam política e poética, drama coletivo e individual, sem dispensar humor e ironia, conta a curadora da exposição Lilian Tone. “Na primeira vez que vi suas animações baseadas em desenhos a carvão, o que mais me fascinou foi o processo criativo de fluxo contínuo compartilhado com o espectador, e cujo fio condutor são ideias de transformação e movimento. Mais tarde, com o acompanhamento do trabalho e o conhecimento das várias facetas que compõem a sua obra, meu interesse por ele se tornou ainda mais profundo.”

Renomado e premiado, Kentridge diz não ter muitas expectativas sobre o impacto de sua exposição no Brasil. Ele espera somente dar às pessoas a oportunidade de conhecer a África. “Fico muito feliz por prestigiarem o meu trabalho. Espero que muitas pessoas que nunca tenham ido a Johannesburgo possam construir em suas mentes uma ideia do que é a cidade”, afirmou à Revista da Cultura.

O artista também espera levar os espectadores à reflexão: “Quero que eles pensem no que eu estava pensando ao produzir a obra ou mesmo em algo que nem passava pela minha cabeça naquele momento”.

Fundação Iberê Camargo



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