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06/11/2015
Mostra itinerante Filmes e Vídeos de Artistas na Coleção Itaú Cultural apresenta obras regionais na Fundação Iberê Camargo
Além do recorte de 13
trabalhos do acervo de videoarte do Itaú Cultural,
as instituições
reforçam a parceria de longa data agregando à essa montagem produções gaúchas
de Marina Camargo, Isabel Ramil, Eduardo Montelli e Letícia Ramos; situadas
entre obras expressivas desde a década de 1970 de
Letícia Parente, Nelson Leirner, Anna Bella Geiger, Rubens Gerchman e Regina
Silveira, em consonância com trabalhos recentes de Cao Guimarães, Brígida
Baltar, Eder Santos, Gisela Motta e Leandro Lima, Rivane Neuenschwander, Luiz
Roque, Sara Ramo e Thiago Rocha Pitta
De 7 de novembro a 21 de fevereiro de 2016,
13 obras nacionais representativas que perpassam os últimos 40 anos do
videoarte, serão exibidas na mostra itinerante Filmes e Vídeos de
Artistas na Coleção Itaú Cultural, na Fundação Iberê Camargo, em Porto
Alegre. Os trabalhos compõem um recorte do acervo do instituto para o gênero,
sob a curadoria de Roberto Moreira S. Cruz.
A mostra já passou pelas cidades de Curitiba,
Brasília, Recife, Belo Horizonte e Belém. Para esta edição em Porto Alegre,
além de levar uma das mais recentes aquisições do acervo Triunfo Hermético,
produzida pelo artista plástico Rubens Gerchman em 1972, o destaque fica por
conta da produção recente com nomes expressivos de quatro artistas gaúchos ou
residentes no Sul do país, indicados por Agnaldo Farias, consultor convidado
pela Fundação Iberê Camargo. São exibidos Alpen projekt 2, realizado em
2012 por Marina Camargo; Tempo, de Isabel Ramil, de 2013; Fundos,
do mesmo ano, de autoria do gaúcho Eduardo Montelli e Leme dos Ventos,
produzido em 2012 por Letícia Ramos, que é projetado em uma caixa de madeira.
Filmes e Vídeos de Artistas na Coleção Itaú
Cultural
ocupa o terceiro e o quarto andares da Fundação Iberê Camargo. No quarto andar,
estão as produções que propõem resgatar a importância da produção pioneira de
audiovisual, trazendo à tona a força inventiva de filmes e vídeos históricos do
acervo. Neste espaço estão trabalhos das décadas de 1970 e 1980, em VHS, Super
8, 16 mm e portapack, recuperadas e remasterizadas, de Nelson Leirner, Letícia
Parente, Regina Silveira, Rubens Gerchman e Anna Bella Geiger. “Os próprios
autores haviam esquecido de grande parte desse material, como Homenagem a
Steinberg – Variações sobre um tema de Steinberg:
As Máscaras Nº 1, obra de Nelson Leirner, que estava perdida em sua
casa e fizemos o restauro e a remasterizacão”, conta Roberto Moreira S. Cruz.
Conforme explica o curador, essa foi uma fase
difícil para os artistas por não existir um mercado que pudesse dar
visibilidade a este tipo de produção, em primeiro lugar. Também porque o
cenário cultural brasileiro estava fortemente submetido à censura imposta pelo
regime militar. “Os filmes e vídeos mais originais e inventivos, realizados
neste contexto, permaneceram durante muito tempo desconhecidos do público e
praticamente abandonados nas gavetas dos estúdios e ateliês dos próprios
artistas.” A década de 1970 foi determinante para a produção audiovisual no
Brasil e no mundo. Foi a partir deste período que, pela primeira vez, a arte
contemporânea se aproximou do campo do cinema e do vídeo e assim, artistas
visuais passaram a transitar por estas áreas com obras experimentais.
A segunda divisão da
exposição, localizada no terceiro andar, joga o foco em obras contemporâneas
realizadas a partir de 1990 até os dias atuais por uma nova geração de
artistas. Esses trabalham com o audiovisual e têm inserção no mercado, e também
o usam como suporte para criar sons, imagens e linguagens muito particulares.
“Nesse caso,
selecionamos os trabalhos com base na sua representação antológica e na forte
questão mercadológica que representam atualmente”, conta o curador. Nesta
categoria e por apresentarem modos originais de trabalhar a imagem em
movimento, destacam-se criações de Eder Santos, Cao Guimarães, Brígida Baltar,
Thiago Rocha Pitta, Rivane Neuenschwander, Gisela Motta e Leandro Lima, além
das produções dos quatro artistas selecionados especialmente para esta edição.
“Estas obras não são
expressamente cinematográficas e o tempo da projeção pode ser indeterminado, o
filme pode não ter início, meio ou fim, mas todas apontam para o cinema em sua
totalidade”, analisa Cruz, que de 2001 a 2011 foi gerente do Núcleo de
Audiovisual do Itaú Cultural, onde coordenou projetos na área de cinema e video
como o festival ON_OFF – Experiências em Live Image (2005 a 2011) e, com
Arlindo Machado e Jorge La Ferla, idealizou e fez a curadoria da mostra
itinerante VISIONARIOS – Audiovisual na América Latina.
Cruz é, ainda,
consultor da Coleção de Filmes e Vídeos do Itaú Cultural e curadorde
Cinema Sim: narrativas e projeções (Itaú Cultural, 2008); Fluxus 2011
(Oi Futuro - BH); Fluxus Black and White (Oi Futuro - BH,
2012) Coleção Itaú Cultural de Filmes e Vídeos (Palácio das Artes – BH,
2012; Museu Nacional - DF, 2013).
Coleção
A Coleção Itaú Cultural de Filmes e Vídeos
de Artistas começou a ser formada em maio de 2011, com o seminário Filme,
Vídeos e Arte: Compartilhando Experiências. No encontro, ocorrido no
Itaú Cultural, representantes de centros culturais e galerias, colecionadores e
especialistas debateram sobre melhores práticas voltadas para constituição de
acervos e das metodologias de conservação e difusão de obras de arte
audiovisuais. O instituto vem formando esse acervo consciente da importância
dessa produção pioneira no país, e, fundamentalmente, de sua conservação,
valorização, preservação e difusão. A iniciativa é inédita no Brasil onde não se
tem notícia de outras instituições culturais que possuam esse tipo de coleção,
que traz ao observador a força inventiva destas imagens.
A parceria
Filmes e Vídeos de Artistas na Coleção Itaú
Cultural chega
a Porto Alegre por meio de uma parceria entre o Itaú Cultural e a Fundação
Iberê Camargo. A relação entre ambas começou com o apoio do banco Itaú à
fundação; depois, por ações conjuntas entre as duas instituições.
Entre essas ações estão a itinerância da
exposição Sob o Peso dos Meus Amores, sobre o artista plástico
Leonilson, que ocorreu em 2011 em São Paulo e em 2012 em Porto Alegre; e a
publicação da mostra virtual As Bicicletas de Iberê
(sites.itaucultural.org.br/bicicletasdeibere), com vídeos, fotos e textos em
torno da obra de Iberê Camargo.
Acervo
Iniciada em maio de 2011, a coleção Itaú Cultural de Filmes e Vídeos de Artistas é
formada pelas seguintes obras:
1. O
Pintor Joga o Filme na Lata de Lixo (2008), de Cao Guimarães
2.
Memória - Cristaleira (2001), de Eder
Santos
3.
Cinema (2009), de Eder
Santos
4.
Coletas, (1998 / 2005), de Brígida Baltar
5. Marca
Registrada (1975), de Letícia Parente
6.
Passagens
I, (1974), de Anna
Bella Geiger
7.
Sunday (2010), de Rivane e Sergio
Neuenschwander
8.
Translado (2008), de Sara Ramo
9. Planeta
Fóssil (2009), de Thiago Rocha
Pitta
10. Neutrino (2010), de Feco Hamburger
11. Projeção 0 e 1 (2012), de Luiz Roque
12. Partida
(2005), de Alberto Bittar
13.
A
arte de Desenhar (1980), de
Regina Silveira
14. Homenagem a Steinberg – Variações Sobre um Tema de
Steinberg: As Máscaras Nº 1 (1975), de Nelson Leirner
15. Amoahiki
- Árvores do Canto Xamânico (2010), de Gisela Motta e Leandro Lima
16. Triunfo
Hermético (1972), de Rubens Gerchman
SERVIÇO
Filmes e Vídeos de Artistas na Coleção
Itaú Cultural
Abertura para convidados: 7 de novembro
(sábado), às 11h, com coquetel
Visitação: 7 de novembro a 21 de fevereiro de
2016
Terça-feira
a domingo (inclusive feriados), das 12h às 19h (último acesso às 18h30)
Classificação indicativa: livre
Entrada franca
Fundação
Iberê Camargo
Avenida Padre Cacique, 2000
Porto
Alegre – RS
Informações:
51 3247-8000
www.iberecamargo.org.br
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