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Press releases

09/07/2014

Lajeado recebe exposição histórica de Iberê Camargo no ano do centenário do artista

A mostra “Iberê Camargo: Um Homem a Caminho” faz parte do Projeto Itinerâncias, iniciativa da Fundação Iberê Camargo em parceria com o Sistema Fecomércio-RS/ Sesc, e integra a programação do centenário do artista, um marco na história das artes visuais brasileira. A visitação poderá ser feita de 17 de julho a 23 de agosto, no Sesc Lajeado (Rua Silva Jardim, 135, Lajeado). O projeto também vai oferecer capacitação gratuita para professores e mediadores e oficinas infantis.

A cidade de Lajeado terá a oportunidade de receber uma grande exposição individual de Iberê Camargo, um dos maiores pintores brasileiros, que marcou a arte moderna na segunda metade do século XX no País. Iberê Camargo: Um Homem a Caminho faz parte do Projeto Itinerâncias da Fundação Iberê Camargo, realizado em parceria com o Sistema Fecomércio-RS/Sesc, e integra a programação comemorativa do centenário do artista, que será celebrado no dia 18 de novembro. O coquetel de abertura para convidados acontece no dia 17 de julho, às 19h, no Sesc Lajeado (Rua Silva Jardim, 135, Lajeado). A visitação poderá ser feita até 23 de agosto.

Com curadoria da Fundação Iberê Camargo e coordenação de Eduardo Haesbaert, responsável pelo acervo da Instituição e coordenador do Programa Artista Convidado do Ateliê de Gravura, a mostra irá reunir mais de 50 desenhos, gravuras em metal, guaches, serigrafias e litografias, produzidas entre os últimos anos da década de 60 e o final da vida do artista, em 1994.

O recorte escolhido retrata a transição da fase abstrata da obra de Iberê para a representação da figura humana. Ciclistas, manequins, modelos, mendigos e músicos são personagens com os quais o artista se deparou pelas ruas de Porto Alegre quando retornou do Rio de Janeiro, em 1982. “Ele fazia os esboços na rua mesmo para depois criar as obras. O interessante é esse olhar sobre a cidade e as figuras se transformando em personagens. E é impressionante como estes personagens agora estão cada vez mais se proliferando pela cidade, são de fato, ‘homens a caminho’”, diz Eduardo Haesbaert. De acordo com Eduardo, umas das obras de destaque da mostra e que melhor representa essa visão do artista é “Mendigos da Redenção” (1987), desenho em que mendigos posaram para que Iberê pudesse retratá-los em meio à fonte central do Parque Farroupilha, em Porto Alegre, conhecido como Parque da Redenção. “O que Iberê via, ele transformava em arte. Levar a obra dele para o interior do estado é uma coisa que, se estivesse vivo, ele mesmo faria”, completa o coordenador da mostra.

Segundo o gerente de Cultura do Sesc/RS, Silvio Bento, a mostra é um marco no desenvolvimento de ações do Arte Sesc – Cultura por toda parte, na área das artes visuais, pois aproxima as ações do Sesc com um dos nomes mais expressivos da Arte Brasileira, fortalecendo o caráter educativo das ações, evidenciando a missão de promoção cultural da entidade em oportunizar o acesso às artes pelo grande público e contribuindo na formação artística. O superintendente da Fundação Iberê Camargo, Fábio Coutinho, salienta que o projeto Itinerâncias “cumpre a missão da Fundação de preservar e divulgar a obra do artista, aproximando a obra e legado de Iberê com o público de seu estado natal. A parceria do Sistema Fecomércio-RS/Sesc, estabelecida com sucesso em 2012, potencializa as ações e o seu alcance junto ao público, tema particularmente importante no ano do centenário do nascimento de Iberê”. Coutinho reforça ainda que “a Fundação busca espaços qualificados para fechar parcerias que tenham como esteio projetos pedagógicos, para aproximar público e obras”.

Em Iberê Camargo: Um Homem a Caminho, a Fundação Iberê Camargo explora a concepção do próprio artista sobre a sua obra. Desde o título - frase de sua autoria -, toda a montagem tem uma relação bastante clara com o texto “Eu pintei a morte”, também escrito por Iberê.. Nele, o artista descreve brevemente sua inspiração nas cenas do cotidiano e o seu processo de produção. “Certa vez, decidi pintar uma cena que via diariamente a caminho do ateliê: um cego, tocador de sanfona, sentado em um tamborete, com a bengala encostada ao muro, um pires sobre a calçada para recolher as esmolas e um velho cão deitado a seus pés. Nada mais prosaico do que essa cena que mais move à caridade do que provoca emoção estética. Mas por que não fazer com ela uma obra de arte? Foi a pergunta que me fiz e o desafio que me coloquei ...”. Leia o texto completo, que integra a exposição:

Eu pintei a morte

Os motivos de meus quadros são visões do cotidiano, que transporto para o mundo das lembranças sob a inspiração da fantasia.

Certa vez, decidi pintar uma cena que via diariamente a caminho do ateliê: um cego, tocador de sanfona, sentado em um tamborete, com a bengala encostada ao muro, um pires sobre a calçada para recolher as esmolas e um velho cão deitado a seus pés. Nada mais prosaico do que essa cena que mais move à caridade do que provoca emoção estética. Mas por que não fazer com ela uma obra de arte? Foi a pergunta que me fiz e o desafio que me coloquei.

Numa das minhas passagens pelo local, fiz um rápido croqui do modelo e me pus a executar o quadro. Partindo dessa realidade de escasso valor plástico – considerava o modelo inexpressivo – e sem recorrer a fontes ancestrais, a arquétipos, como faz Picasso, porfiei, em vão, interpretá-lo com vigor e verdade. Sempre, ao colocar a última pedra, a construção desmoronava. Com a teimosia que alimenta o criador, varei a noite fazendo e refazendo a obra, até a exaustão.

O primeiro clarão da manhã veio iluminar uma tela – O sanfoneiro – lívida de cor: cinza sobre cinza, branco sobre branco. A figura de mulher que nascera, que ali estava sentada, era esquálida, de aspecto soturno e inquietante. A sanfona, que de início repousava sobre o regaço, deixara apenas vestígio. Longos dedos descarnados tamborilavam sobre as costelas à mostra. Era a morte que tocava na sua própria caixa torácica, emitindo um som cavernoso, abafado. Reconheci de imediato o cão que a acompanha, esse que, por certo, devora os cadáveres.

O quadro foi exposto sem nenhuma probabilidade de venda, tal sua mórbida expressão. Porém, inesperadamente, à véspera do encerramento da mostra, um jovem o adquiriu e prometeu retornar no dia seguinte para apanhá-lo. Nesse dia, o comprador foi encontrado morto sobre o piso ensanguentado de seu apartamento.

A morte se antecipara.

Iberê Camargo

Porto Alegre, 7 de agosto de 1993

Oficinas infantis

Inspirado em muitos dos trabalhos presentes na exposição, criados a partir das observações que Iberê Camargo fazia de figuras anônimas pelas ruas e parques de Porto Alegre, o Programa Educativo da Fundação Iberê Camargo propõe uma atividade paralela à mostra. Destinada a crianças de 4 a 5 anos, a oficina Personagens de um parque irá explorar, por meio de fotografias, jogos de mímica e exercícios de desenho e colagem, os personagens que o artista poderia encontrar hoje em dia. A oficina acontece no dia 17 de julho, das 9h30 às 10h30, para crianças de quatro anos, e das e das 14h às 15h para os pequenos com cinco anos. As inscrições podem ser feitas pelo telefone (51) 37142266 ou pelo e-mail dmallmann@sesc-rs.com.br. Esta atividade é voltada a crianças que já participam do programa Sesquinho.

Encontro para Educadores

O Projeto também oferece oportunidade de capacitação por meio do Encontro para Educadores, que será realizado no dia 18 de julho, das 14h às 17h, no mesmo espaço, com o objetivo de estimular e preparar os professores para levar suas turmas à exposição e incentivar o desenvolvimento de projetos interdisciplinares em sala de aula criados a partir do contato com as obras. Camila Monteiro, Coordenadora do programa Educativo, e Eduardo Haesbaert irão se reunir com professores na sede do Sesc para uma conversa sobre a obra e a trajetória de Iberê Camargo. A programação inclui ainda uma visita mediada pela equipe do Programa Educativo da Fundação Iberê Camargo e a distribuição de material didático exclusivo.

Formação para Mediadores

Estudantes, educadores, profissionais do meio cultural também terão a oportunidade de participar do curso de Formação de Mediadores, no dia 18 de julho, das 9h às 12h. O objetivo é preparar os profissionais que trabalharão na exposição para o atendimento dos diferentes tipos de públicos, considerando as especificidades da exposição. Espera-se que o trabalho desenvolvido por eles ao longo da exposição estimule a reflexão e a participação dos visitantes, potencializando o papel do público como agente da arte. Cada participante receberá material didático.

O Encontro para Educadores e a Formação para Mediadores são atividades abertas a estudantes e demais interessados. As inscrições podem ser feitas pelo telefone (51) 37142266 ou pelo e-mail dmallmann@sesc-rs.com.br.

SERVIÇO:

O QUÊ: Exposição Iberê Camargo: Um Homem a Caminho

QUANDO: 17 de julho a 23 de agosto, de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h, e aos sábados, das 8h às 12h

ONDE: Sala de Exposições do Sesc Lajeado (Rua Silva Jardim, 135, Lajeado)

INGRESSO: Gratuito

INFORMAÇÕES: (51) 3714-2266

REALIZAÇÃO: Fundação Iberê Camargo e Sistema Fecomércio/SESC-RS

FINANCIAMENTO: Lei de Incentivo à Cultura do Estado do Rio Grande do Sul, com patrocínio da Gerdau

Mais sobre Iberê

Iberê Camargo produziu sua obra desde os anos 1940 até 1994, quando faleceu. Nas palavras da artista visual Icleia Cattani, integrante do Comitê Curatorial da Fundação Iberê Camargo, “Seus trabalhos, absolutamente pessoais, desenvolveram uma figuração muito próxima das formas abstratas. Destacam-se os temas dos Carretéis, dos Núcleos, das Expansões, dos Dados. Suas pinturas, desenhos e gravuras o distinguiram no panorama nacional como um artista múltiplo e de excelência em tudo o que fazia. Na pintura, destaca-se a qualidade matérica, criando massas de tinta, com um domínio absoluto da cor e da forma. Ao retornar, nos anos 1980, a uma figuração mais reconhecível em telas monumentais, Iberê despertou a atenção dos novos pintores que despontavam no Brasil, agrupados sob a denominação de Geração 80. Sua obra passou a um novo momento de valorização, que se concretizou anos mais tarde com a criação da Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre”.

O artista também se dedicou à literatura. Em 1988, publicou contos novos e antigos no volume “No Andar do Tempo”. Após a sua morte, ainda haveria a publicação de prosas autobiográficas reunidas em “Gaveta dos Guardados” (1998). Icleia recorda da importante influência que o artista teve na formação de novos artistas: “aos jovens, não impunha seu estilo nem sua forma de pensar a arte. Discutia, argumentava, mostrava, mas, ao mesmo tempo, encorajava-os sempre a seguir seu próprio caminho. Por isso não existem hoje ‘discípulos’ de Iberê, mas artistas de primeira grandeza que passaram por seu ensino, fugaz ou longamente. Entre estes, estão Carlos Vergara, Carlos Zílio, Regina Silveira e vários outros. Muitos afirmam que o mais importante para eles, do Iberê professor, foi sua atitude radical como artista face ao mundo”, finaliza.

O grande momento que marca os 100 anos de nascimento do artista acontece em 18 de novembro. O Comitê Curatorial da Fundação está organizando uma mostra que terá o título “Iberê Camargo – Século 21”.

Exposição oficial do Centenário de Iberê Camargo

Dia 18 de novembro de 2014

Fundação Iberê Camargo

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Título: IBERÊ CAMARGO – SÉCULO 21

A mostra comemorativa aos 100 anos de nascimento de Iberê Camargo será organizada através das principais problemáticas de suas obras e suas repercussões sobre as de artistas brasileiros contemporâneos. Abandonando o formato convencional de exposições comemorativas, no geral um conjunto representativo ordenado cronologicamente, pretende-se demonstrar a potência da poética de Iberê Camargo estabelecendo diálogos, relações de vizinhança e tensões entre suas pinturas, gravuras e desenhos com uma grande variedade de linguagens, incluindo escultura, instalação, fotografia, literatura, dança e cinema.

Com essa perspectiva pretende-se salientar o diálogo consciente e inconsciente que os artistas travam entre si e, no caso particular deste projeto, evidenciar uma espécie de “efeito Iberê Camargo” na arte brasileira, ou seja, o modo como sua produção impôs-se ao nosso meio artístico, desvelando questões profundas da existência humana e do modo de representa-las. Um efeito que ultrapassou a própria duração da vida do artista, ultrapassou as linguagens que ele praticou para ressoar em artistas de extração completamente distintas as suas, embora com sensibilidade e energia semelhantes.

Uma vintena de artistas brasileiros de gerações variadas, alguns deles conhecedores da obra do grande artista, outros não, terão suas obras expostas em conjunto, dialogando com as de Iberê Camargo, por todo o magnífico prédio projetado por Alvaro Siza. Desde o lado de fora ao interior tortuoso das rampas, passando pelo grande átrio, todos os espaços do edifício estão sendo pensados como expositivos e abrigarão obras e conjuntos de obras com afinidades aos grandes eixos problemáticos tratados pelas várias séries de Iberê Camargo.

Peças significativas dos grupos de pinturas, desenhos e gravuras de Iberê Camargo, pertencentes às séries “Ciclistas”, “Carretéis”, “Explosões”, “Espelhos”, “Fantasmas”, “Sombras”, “Manequins” irão preencher as salas expositivas em companhia de obras de artistas cuja proximidade, em alguns casos, poderão trazer à mente a ideia de sombra, enquanto o caráter profundamente diverso das obras de outros, ao contrário, provocará fricções, ingrediente fundamental para o desdobramento de novos planos de leituras.

O cinema, que Iberê Camargo tanto apreciava, um insumo que ele levava aos seus alunos e que ele próprio assimilava em seu trabalho, comparecerá nos túneis que levam de um andar ao outro, como também a literatura, que ele amava a ponto de praticá-la.

Para o grande átrio, a exposição reservou a projeção em grande escala do painel realizado em Genebra. Por trás dele, como prova da fúria disciplinada do artista, a quase totalidade dos desenhos através dos quais projetou esse que foi, em dimensões, seu maior trabalho. Por fim, a dança, a realização de uma coreografia especialmente projetada para a noite de abertura, uma performance pensada como estratégia de fixação do corpo e da energia que dele emana, como um dos nervos da poética de Iberê Camargo.

FRASES DO ARTISTA

Ø “Tenho sempre presente que a renovação é uma condição de vida. Nunca me satisfaz o que faço. Ainda sou um homem a caminho.”

Ø  “O drama, trago-o na alma. A minha pintura, sombria, dramática, suja, corresponde à verdade mais profunda que habita no íntimo de uma burguesia que cobre a miséria do dia-a-dia com o colorido das orgias e da alienação do povo. Não faço mortalha colorida.”

Ø  “Arte, para mim, foi sempre uma obsessão. Nunca toquei a vida com a ponta dos dedos. Tudo o que fiz, fiz sempre com paixão. No fundo, um quadro para mim é um gesto, um último gesto.”

Ø  “As figuras que povoam minhas telas envolvem-se na tristeza dos crepúsculos dos dias de minha infância. Nascem da minha saga, da vida que dói. Sou impiedoso e crítico com minha obra. Não há espaço para alegria. Toda a grande obra tem raízes no sofrimento. A minha nasce da dor.”

Ø  “No modernismo, ou você se parecia com Segall ou com Portinari. Eram dois pólos e você tinha que estar entre um ou outro.”

Ø  “A memória é a gaveta dos guardados, repito para sublinhar. O clima de meus quadros vem da solidão da campanha, do campo, onde fui guri e adolescente. Na velhice perde-se a nitidez da visão e se aguça a do espírito.”

Ø  “Continuo no mesmo rumo, pintando as minhas ladeiras, essas mesmas ladeiras que subo com tanta fadiga. E naturalmente continuo fiel ao meu estilo de arte, construindo o quadro sem recorrer a elementos formais, transformando a natureza em ritmos e sensações coloridas.”

Ø  “Os carretéis são reminiscências da infância. São combates dos pica-paus e dos maragatos que primo Nande e eu travávamos no pátio. Eles estão impregnados de lembranças. Pelas estruturas de carretéis cheguei ao que se chama, no dicionário da pintura, arte abstrata.”

Ø  "Voltei para o Sul porque a saudade estava grande demais. À medida que envelhecemos, parece que a infância fica mais perto. Sentimos vontade de reencontrar os primeiros amigos e tudo que foi nosso."

Ø  “Sou um andante. Carrego comigo o fardo do meu passado. Minha bagagem são os meus sonhos. Como meus ciclistas, cruzo desertos e busco horizontes que recuam e se apagam nas brumas da incerteza.”

Ø  “Ainda sou um homem a caminho.”

Ø  “A vida dói... Para mim o tempo de fazer perguntas passou. Penso numa grande tela que se abre, que se me oferece intocada, virgem. A matéria também sonha. Procuro a alma das coisas. Nos meus quadros o ontem se faz presente no agora. A criação é um desdobramento contínuo, em uníssono com a vida. O autorretrato do pintor é pergunta que ele faz a si mesmo, e a resposta também é interrogação. A verdade da obra de arte é a expressão que ela nos transmite. Nada mais do que isto!”

Ø  “Quando perdemos um amigo, ficamos mais pobres. Essa verdade eu a sinto hoje com o desaparecimento de Oswaldo Goeldi. E essa pobreza não é só minha, mas também da gravura brasileira, que perde nele o seu mais alto expoente. Recordando o amigo, vejo-o na obra que nos deixa e que é uma sincera resposta à vida que o rodeava. O tema constante de sua obra é o homem na sua fadiga de viver. As cenas que lhe serviam de motivo, ele as colheu nos aspectos cotidianos da vida”

Sede da Fundação Iberê Camargo é marco no turismo do sul do país

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Turistas que se dirigem ao Sul do Brasil têm mais um motivo para fazer uma “escala” na capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre: a sede da Fundação Iberê Camargo, situada às margens do rio Guaíba. Cartão-postal da cidade e uma das mais belas paisagens locais, o prédio é um elogio ao minimalismo e à modernidade projetado pelo premiado arquiteto português Álvaro Siza, um dos maiores nomes da arquitetura contemporânea. Criada para preservar o acervo de um dos maiores artistas brasileiros do século XX e ser um centro de excelência dedicado à reflexão da arte moderna e contemporânea, a Fundação ganhou um espaço definitivo para garantir a visibilidade merecida à produção de Iberê.

Quem transita na Avenida Beira-Rio, uma das mais tradicionais da cidade e ponto de encontro dos gaúchos nos finais de semana, pode ver ao longe a elegante escultura branca de mais de 8 mil metros quadrados, destacando-se na paisagem verde que o acolhe. A  sede da Fundação, localizada no número 2.000 da avenida Padre Cacique, oferece aos visitantes nove salas de exposições, café, auditório para palestras e seminários, ateliê de gravuras e ateliê educativo, loja cultural e estacionamento para 100 carros. Além de abrigar mostras nacionais e internacionais  de arte, o prédio é um marco na ampliação de atividades culturais promovidas pela Fundação e na continuidade de iniciativas consagradas como o Programa Educativo, o Programa Artista Convidado do Ateliê de Gravura, a Bolsa Iberê Camargo e o Projeto de Catalogação da extensa produção do artista. Além de aproveitar a programação de exposições, seminários, exibições de filmes e documentários, cursos e intervenções artísticas promovidas, a dica é conferir o belo pôr-do-sol  portoalegrense do Guaíba, emoldurado pela janela em forma de gota situada no primeiro andar da construção ou das mesas do agradável café, colocadas ao ar livre. 


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