Mídia
Porto Alegre Capital Trilegal!
Churrasco, chimarrão, pôr do sol, lago Guaíba e muito verde: valorizando as tradições do Rio Grande do Sul, Porto Alegre pede um minuto da atenção de quem desce em seu aeroporto com pressa rumo às cidades da Serra Gaúcha, às convenções de negócios ou, em 2014, aos jogos da Copa. Vá com calma: a metrópole do sul tem muito para mostrar!
Centro Histórico
Porto Alegre é prova viva de que há, sim, solução para a degradação que acomete o centro de várias cidades do país. O programa de revitalização da prefeitura abriu as praças, tirou os camelôs e os moradores de rua, reformou prédios e incentivou gente a viver nas casas dos arredores. Com o ônibus de dois andares da Linha Turismo (saiba mais em portoalegre.travel) é possível fazer um city tour pela região a R$ 20, descendo e subindo a qualquer momento. Um dos principais pontos é o Palácio Piratini, sede do governo estadual inaugurada em 1921 e, mais tarde, residência de Getúlio Vargas. As visitas guiadas levam para ver os salões do piso superior, com pinturas do italiano Aldo Locatelli. Ao lado, a Catedral Metropolitana, da década de 1920, surpreende logo na fachada, tomada por mosaicos de 5 mil cores assinados por artistas do Vaticano. Ali também estão duas esculturas feitas por Paul Landowski, autor do Cristo Redentor carioca, simbolizando a agricultura e a indústria. A grande cúpula, de 75 metros de altura e 18 de diâmetro, é uma das maiores do mundo. Para fechar o trio, o Theatro São Pedro, de 1858, resplandece novamente após um período entregue aos cupins nos anos 1970. O prédio tem estilo barroco e, em seu interior, leva decoração em veludo e ouro. Tem programação de concertos, visitas guiadas e café com cardápio temático, inspirado nas peças em cartaz.
Usina do Gasômetro
A inconfundível torre que se eleva no horizonte de “Poa”, o apelido carinhoso da cidade, já virou marca registrada: é a Usina do Gasômetro, que funcionou de 1928 a 1954. Hoje, preservando toda a estrutura original, tornou-se espaço cultural com teatro, cinema, exposições, oficinas, café e livraria. O gramado ao redor, à beira do lago Guaíba, é bastante procurado por gaúchos de chimarrão em mãos na hora do pôr do sol.
Santander Cultural
A visita valeria a pena só pela arquitetura da antiga sede do Banco Nacional do Comércio, no centro. É interessante ver as antigas salas-cofre que hoje dão lugar a um cinema, com ingressos a R$ 8, e a uma cafeteria. E a programação cultural do centro também faz por merecer, com mostras de fotografias, pinturas e artes em geral.
Casa de Cultura Mário Quintana
Outrora o hotel mais requintado de Porto Alegre, o Majestic recebeu vários hóspedes ilustres de passagem pela cidade – inclusive Mário Quintana, que morou lá de 1968 a 1980. Hoje tombado como patrimônio histórico, o belo prédio sedia a casa de cultura que leva o nome do poeta – e tem uma reprodução do quarto em que ele viveu. Outra sala é toda dedicada à vida e à obra da cantor porto-alegrense
Elis Regina. Ainda tem exposições, oficinas, atividades infantis e programação de cinema, teatro, dança e literatura. O Jardim Lutzenberger, no quinto andar, é uma beleza. Tem exemplares típicos do deserto, das pradarias e das florestas tropicais plantados dentro de antigas banheiras do hotel.
Fundação Iberê Camargo
Com projeto
arquitetônico assinado pelo português Álvaro Siza e premiado na Bienal de Arquitetura de Veneza, a Fundação Iberê Camargo homenageia um dos pintores mais celebrados do Rio Grande do Sul. Além de guardar acervo do artista, tem interessantes exposições temporárias de arte contemporânea. Programe-se para, no fim da tarde, assistir ao pôr do sol na cafeteria, à beira do Guaíba.
Museu de Ciências e Tecnologia da PUC-RS
A velha ideia
do “aprender brincando” cativa guris e adultos. Em três andares, o museu da PUC apresenta cerca de 700 experimentos científicos e tecnológicos, que permitem ao visitante interagir e estimular os sentidos. Destaque para o Giroscópio Humano, que simula a gravidade zero, o planetário inflável, os aquários marinhos, o filme 3D sobre o corpo humano e o gerador eletrostático que deixa os cabelos em pé.
Parque da Redenção
Porto Alegre é
uma cidade verde, muito verde. São cerca de 500 praças e mais de uma árvore por pessoa. Entre todos os parques, é o da Redenção (ou Farroupilha) que tem lugar cativo no coração dos moradores. Tem palmeiras que parecem crescer “deitadas”, lago com pedalinhos, monumentos, orquidários e minizôo. Aos domingos, sedia o Brique da Redenção, feirinha de antiguidades e artesanato com 300 barracas. Músicos, capoeiristas e artistas de teatro se apresentam a céu aberto enquanto, nos gramados, a gauchada saca todo o aparato do
chimarrão.
Gastronomia
Fãs inveterados de churrasco encontram o paraíso na capital gaúcha – que, na hora do almoço, é tomada por aquele cheirinho de carne assando na brasa. Uma das churrascarias mais tradicionais é o Galpão Crioulo, que faz uma ode aos costumes locais ao servir suculentos cortes no espeto em sistema de rodízio e ainda oferecer shows de danças típicas, feira de artigos de couro e artesanato e quiosque de chimarrão. Tanto quanto o churrasco, a culinária italiana também é forte, herança dos imigrantes que vieram a partir do século 19. Aqui, duas opções: em clima família, o Copacabana, na Cidade Baixa, tem no almoço um farto rodízio de massas com diversos molhos, polenta, galeto, antepastos e saladas; para casais, o refinado Peppo traz pastas em versões deluxe, com trufas, açafrão, cordeiro e coelho. Para provar a vocação gourmet a que toda capital aspira, a pedida é a Vinum, misto de enoteca, wine bar e bistrô, no gostoso bairro de Moinhos de Vento. Os pratos primorosos são assinados pelo chef Marcus Stoll e harmonizados com vinhos locais e internacionais pelo sommelier Junior Maroso – por favor, prove o entrecôte com risoto de cogumelos. Em um passeio pelo Mercado Público Municipal, aproveite para almoçar no Gambrinus, tradição porto-alegrense desde 1889. O cardápio é variado, mas são os pratos de peixe que caíram no gosto da clientela fiel – como o linguado ao molho de camarão e o salmão com alcaparras e champignon.
Eu Curti
Confesso que fui a Porto Alegre sem muitas
expectativas. Cidade grande, capital, etc e tal... Não teria como ser muito
diferente de São Paulo, certo? Errado. Me surpreendi e até me
imaginei morando lá. A começar pelo “rio” Guaíba – um lago, na verdade,
mas que os porto-alegrenses, bairristas que só, gostam de chamar
de rio. Suas margens, especialmente na região portuária, devem
passar por obras de revitalização e, a exemplo de Puerto Madero
em Buenos Aires, quer se tornar o principal ponto de encontro da
capital gaúcha, com restaurantes tomando os antigos galpões do
cais.
Para mim, acostumada com a insalubridade dos rios
paulistanos, fazer um passeio no barco Cisne Branco pelas águas do
Guaíba foi surpreendente. O roteiro passa por diversas ilhas do
Delta do Jacuí, inclusive a Ilha das Flores, tema do documentário
homônimo de Jorge Furtado. A programação do barco
(barcocisnebranco.com.br) tem também passeios que incluem almoço ou jantar a bordo.
E é assim, vista da água, que Porto Alegre revela seus ângulos
mais fotogênicos.
A jornalista Cristiane Sinatura viajou a convite do Porto
Alegre Convention & Business
POA Convention Bureau