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11/05/2016
ONG PARCEIROS VOLUNTÁRIOS E BID AMPLIAM METODOLODIA DA AÇÃO TRIBOS NAS TRILHAS DA CIDADANIA
Maior movimento de voluntariado jovem
do Brasil, Tribos nas Trilhas da Cidadania, criado pela ONG Parceiros
Voluntários no Rio Grande do Sul, está com inscrições abertas até 30 de maio.
Com a chancela da UNESCO, ação já mobilizou mais de 100 mil estudantes de
escolas públicas e privadas do Rio Grande do Sul. Neste ano, após aplicação de
pesquisa patrocinada pelo BID (Banco
Interamericano de Desenvolvimento), a ONG espera fomentar ainda mais o
desenvolvimento das novas gerações a partir do trabalho voluntário organizado
com foco na promoção dos valores na educação. Escolas públicas e privadas podem
se inscrever pelo site www.parceirosvoluntários.org.br/tribos
Criado em 2003, o projeto Tribos nas Trilhas da Cidadania – que
integra o programa Valores na Educação da ONG – oportuniza aos estudantes de
escolas públicas e privadas, dos ensinos fundamental e médio, empreenderem
soluções para os desafios que eles mesmos identificam em suas comunidades. Desse
modo, a ação promove uma postura de participação social, cidadã e
empreendedora, conforme orientações da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
(LDB).
A
metodologia tem como pilares a mobilização juvenil em torno de uma “Tribo”,
sempre a partir de sua escola. As ações desenvolvidas por essa Tribo ocorrem em
formato de trilhas temáticas: Educação para a Paz, Meio Ambiente e Cultura. Na
primeira, os alunos têm contato com uma produção cultural de paz, ou seja, um
conjunto de valores, atitudes e comportamentos baseados em fatores como o
respeito à vida, a prática da não-violência, o combate à exclusão, a defesa da
liberdade de expressão, entre outros. No caso do Meio Ambiente, as atividades
são focadas na prevenção e recuperação do equilíbrio ecológico e o impacto de
nossas ações para o planeta. A trilha da Cultura, por sua vez, busca a
preservação e o cuidado com o patrimônio cultural, tendo como proposta auxiliar
as comunidades para que essas possam resgatar suas raízes pela ação voluntária
da juventude e defendendo a diversidade cultural. As
inscrições para a edição 2016 seguem abertas até o dia 30 de maio pelo site www.parceirosvoluntários.org.br/tribos.
Até abril, já se inscreveram 185 escolas públicas e privadas de cidades gaúchas
e foram formadas 222 tribos. Projeto tem o apoio da Gerdau,
Sulgás e Celulose Riograndense.
Os exemplos de iniciativas são variados: na Serra Gaúcha, um grupo
de tribeiros revitalizou a horta da escola. No município de Taquara, uma tribo
alertou sobre os perigos da dengue com uma peça de teatro. No Vale dos Sinos,
um encontro de 500 jovens resultou na produção de brinquedos reciclados a
partir do reaproveitamento do lixo. “Considero o Tribos um projeto que
potencializa os alunos. Eles se tornam mais comprometidos e a gente vê o
cuidado que eles passam a ter um com o outro”, avalia a professora Simone
Carvalho, da Escola Municipal de Ensino Fundamental Nancy Pansera, de Canoas,
na Grande Porto Alegre. “Fica evidente o quanto esses alunos melhoram em sala
de aula e, aqueles que eram retraídos em sua participação em grupos, passam a
ser pessoas mais ativas e engajadas”, acrescenta a educadora, cuja Trilha
seguida é a da Educação para a Paz.
Nada disso se faz sem o auxílio dos professores. Assim, a
Parceiros Voluntários aposta forte na mobilização e qualificação de docentes
como importante estratégia inicial para o alinhamento conceitual do projeto.
Somente em 2015, 138 professores foram capacitados no curso Qualificação de
Educadores em Participação Social e Mobilização Juvenil e na Oficina Prática
Social na Escola. A fim de propiciar maior institucionalidade ao projeto, a ONG
Parceiros Voluntários também busca maior pactuação com o corpo diretivo das
escolas e, em alguns municípios, com as Secretarias de Educação. Há também a
organização de fóruns municipais e regionais para fortalecer o intercâmbio de
experiências.
Cada Tribo é representada por um aluno líder e recebe apoio de um
professor indicado pela escola. Os estudantes também são capacitados e
participam de metodologia exclusiva criada pela ONG, Desenvolvendo Jovens
Tribeiros, onde aprendem noções de liderança, empreendedorismo, voluntariado
organizado e planejamento de ações. Em 2015, foram capacitados 586 estudantes.
Ao todo, o Tribos nas Trilhas da Cidadania mobilizou 8.258 alunos, de 265
escolas (214 públicas e 53 privadas) ao longo do ano passado. Nesse mesmo
período, foram formadas 270 Tribos, que promoveram 1.080 ações de voluntariado
no Rio Grande do Sul.
Os números são ainda maiores quando nos referimos aos 12 anos de
atuação: 102.516 estudantes envolvidos, 2.675 escolas públicas e 852 escolas
privadas participantes. A mobilização desses agentes ao longo dos
anos resultou em 13.812 ações, transformando o Tribos nas Trilhas da Cidadania
no maior movimento de voluntariado jovem do Brasil.
Aperfeiçoamento em 2016
A fim de aperfeiçoar o trabalho de desenvolver a cultura do
voluntariado organizado entre os jovens, a ação Tribos está implementando
melhorias. Dentre as modificações está a revitalização do programa, com uma
linguagem mais dinâmica, adequada aos diferentes públicos atendidos, crianças,
adolescentes e jovens.
O trabalho é resultado da pesquisa Programa de Avaliação e Apoio à Gestão de
Programas de Voluntariado no Rio Grande do Sul. De acordo com a coordenadora de Formação da ONG, Jacqueline
Kalakun, o objetivo das modificações é atender demandas das juventudes, a
partir de um formato mais contemporâneo. “A nova metodologia também será
ampliada para envolver as crianças. Ou seja, a Parceiros Voluntários deseja,
desde cedo, regar as sementes que promovem a cultura da paz e a solidariedade
em nossa sociedade”, explica.
A experimentação cívica para as novas gerações vivenciarem a
participação, a partir do exercício da cidadania e através da aplicação dos
direitos e deveres no cotidiano vivenciado na comunidade é apenas um dos
resultados do trabalho desenvolvido. De acordo com a pesquisa apoiada pelo
Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e pela Faculdade Latino
Americana de Ciências Sociais (Flacso), a experiência de voluntariado
infantojuvenil promove a ruptura com a cultura adultocêntrica, em que crianças
e adolescentes são objetos da tutela dos adultos e beneficiários de suas ações,
e garante maior visibilidade pública positiva, ou seja, fortalece o
protagonismo. Mais do que isso: participar de ações voluntárias favorece o
desenvolvimento pessoal e a proteção de crianças, adolescentes e jovens,
pois melhora o nível de autoestima, cria autonomia, promove o domínio de
habilidades sociais e capacidades de expressão de sentimentos e ideias. O
resultado completo da pesquisa pode ser acessado pelo endereço http://www.parceirosvoluntarios.org.br/flacso-realiza-projeto-avaliacao-tribos-10-anos/ . Com base nos
dados da pesquisa, a Flacso avaliou a metodologia a fim de apontar novos
métodos e estratégias a serem utilizados já na edição deste ano, que deverá
iniciar em maio de 2016.
CRONOGRAMA DE TRIBOS
Inscrições e
escolha da tribo
março à maio
Oficinas Equipes
Diretivas
abril e maio
Capacitações
Educadores
abril a julho
Capacitações
Estudantes
abril a julho
Execução das Ações
maio a outubro
Fóruns Tribais
Regionais
novembro e
dezembro
Envio dos Diários
e Avaliações
novembro a
dezembro
Oficinas Equipes
Diretivas
abril e maio
PROJETO TRIBOS NAS
TRILHAS DA CIDADANIA
Ações realizadas
2015- 1.080
2003-2015- 13.812
Participação de escolas públicas
2015- 214
2003-2015- 2.675
Participação de escolas privadas
2015- 53
2003-2015- 852
Estudantes envolvidos
2015- 8.258
2003-2015- 102.516
Revisão Metodológica
A trajetória da ONG Parceiros Voluntários em
19 anos de trabalho voltados à formação do Capital Social no Brasil ultrapassou
o foco inicial de desenvolver a Cultura do Voluntariado organizado no Rio
Grande do Sul. Além de mobilizar e articular uma rede formada por diferentes
atores sociais em mais de 50 cidades gaúchas, é referência na criação e
customização de metodologias que têm o grande compromisso de capacitar o
Terceiro Setor para a busca da sua sustentabilidade.
A crença nos processos formativos como os
principais agentes de transformação social sempre esteve presente nas práticas
da Organização. No ano de 1998, a partir da experiência com jovens de uma
escola privada de Porto Alegre, originou o Programa Voluntariado da Escola,
cujas bases eram o voluntariado adulto, com o objetivo de oportunizar o
exercício da cidadania em comunidades consideradas em risco e vulnerabilidade
sociais.
Contudo, a velocidade do universo jovem
novamente convocou a Parceiros Voluntários a pensar e desenvolver uma
metodologia própria para eles, a partir da rede escolar, originando o Projeto
Tribos nas Trilhas da Cidadania, implementado a partir de 2003, considerado
cinco anos mais tarde como o maior movimento de voluntariado jovem do País
(Programa Jovens do Brasil – Rede Globo de Televisão - https://www.youtube.com/watch?v=dYn6jN95mfQ), Tribos foi certificado em 2011 como Tecnologia Social
pela Fundação Banco do Brasil. Assista: https://www.youtube.com/watch?v=agCPJ3y5ENc.
Durante 11 anos essa proposta foi executa por
milhares de jovens que trilharam na Educação para a Paz, no Meio Ambiente e na
Cultura, buscando transformar suas comunidades em lugares melhores para
viverem. Aderiram, nesses anos, novos Tribeiros: as crianças e os adolescentes,
mobilizados pelo exemplo dos jovens e educadores participantes.
Assim, à constante necessidade de melhorias
da Tecnologia Social, somaram-se os novos públicos participantes, o que levou a
Parceiros Voluntários, financiada pelo BID – Banco Interamericano de
Desenvolvimento, a realizar em 2014 um processo de avaliação desenvolvido pela
FLACSO - Faculdade Latino-americana de
Ciências Sociais -, que sinalizou a importância da atualização da
metodologia.
O resultado é um processo incremental para o
Projeto Tribos e uma metodologia específica para as crianças e adolescentes: o
Programa Valores na Educação, que oportuniza o desenvolvimento de crianças,
adolescentes e jovens em valores, voltados à ética e aos princípios de direitos
e deveres de todos os cidadãos.
A
revisão metodológica se constituiu num processo importante de reflexão e
disseminação do conhecimento aos que trabalham com público
infanto-juvenil de forma plural, voltada ao desenvolvimento integral do ser,
para a convivência solidária e cidadã, em busca de uma sociedade solidária,
colaborativa e sustentável.
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