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26/10/2018
Artista paulistano Marcos Amaro apresenta exposição itinerante no MARGS
Desconstruções e Articulações chega
ao Rio Grande do Sul após percorrer os estados de São Paulo e Mato Grosso do
Sul apresentando as esculturas imponentes do artista Marcos Amaro
Usando como matéria-prima resíduos
aeronáuticos, o processo criativo do artista Marcos Amaro inicia-se na
desmontagem dos aviões que não voam mais. Em suas mãos, transformam-se em
grandes esculturas com ar catastrófico que remetem à ação provocada pelo tempo.
A poética de Amaro está em ressignificar aquilo que perdeu sua função inicial.
É este o tom da exposição itinerante Desconstruções e Articulações, com
curadoria de Fábio Magalhães, no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS),
que inaugura para o público, gratuitamente, na quinta-feira, 22 de novembro, às
19h. A mostra já passou pelos Museu de Arte Contemporânea de Sorocaba (MACS) e
Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso do Sul (MARCO) antes de chegar à
capital gaúcha.
Por trás
da estética caótica das obras instalacionais de grandes dimensões está o desejo
do artista em dar sobrevida aos materiais utilizados. Sua intervenção não
desfaz o caráter bruto e precário das matérias que acumula e transforma em obra
de arte, pelo contrário, são características de sua trajetória. Os fragmentos
apresentados propõem uma viagem pelo tempo. Aviões que não voam mais, colchões
desviados de sua utilidade, restos de tecidos e roupas que instigam o público a
pensar quem eram seus personagens. “Sinais de vida que ainda palpitam nos
objetos descartados aparentemente sem nenhum valor. O artista, ao incorporá-los
à sua obra, afere a eles um novo pulsar de vida e agrega expressiva e renovada
força poética”, pontua o curador Fábio Magalhães.
A obra
de Marcos Amaro remete, muitas vezes, às suas memórias como forma de preservar
sua história. Filho do comandante Rolim Amaro, adota como inspiração para esta
série as carcaças de aviões. “A minha obra parte de uma profundidade existencial
extensa e complexa. Tem a ver com esse processo de significados históricos que
eu vivo, procurando meu passado e a minha história. E atualizar essas potências
para o momento presente. A minha expressão plástica é um reflexo disso”,
explica Marcos Amaro.
Durante
o acompanhamento curatorial, Fábio Magalhães relaciona a produção de Marcos
Amaro ao Dadaísmo - movimento artístico que inovou ao colocar a tela à frente
da moldura - ao citar certa semelhança extraída das colagens de Kurt Schwitters
(1887-1948), dos readymade de Marcel Duchamp (1887-1968) e das
assemblages neo-dadaístas de Robert Rauschenberg (1925-2008).
As 12 obras que integram o recorte pensado
especificamente para as principais salas expositivas do MARGS são carregadas de
memórias poéticas. A mostra é pautada na desconstrução e na construção - é
necessário desordenar para, enfim, ordenar. O curador convida o público a
encontrar a ordem geométrica presente em meio ao caos implementado por Marcos
Amaro e finaliza “a geometria presente funciona como uma disciplinadora nas
obras de Marcos Amaro - ela organiza a linguagem”.
Sobre o artista
Marcos
Amaro (1984) é artista plástico brasileiro representado pela Luis Maluf Art
Gallery (São Paulo). Estudou filosofia – base intelectual fundamental no
processo de pesquisa que antecede a produção artística. Desenvolve suas obras,
predominantemente, com objetos aeronáuticos de grande e média proporção. A
matéria em estado bruto, a descontextualização, o precário e a desconstrução
são as características do seu pensamento poético. É o Presidente da Fundação
Marcos Amaro, que abriga sua coleção particular em uma antiga fábrica têxtil em
Itu (SP), acessibilizando-o ao público. É membro do Conselho do Museu
Brasileiro de Escultura e Ecologia (Mube), Instituto de Arte Contemporânea
(IAC) e do Museu de Arte Contemporânea de Sorocaba (MACS).
SERVIÇO:
O QUE: Exposição
MARCOS AMARO – DESCONSTRUÇÕES E ARTICULAÇÕES
QUANDO: 22
de novembro de 2018 à 17 de fevereiro de 2019
ABERTURA: 22
de novembro, às 19h
ONDE: Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Praça da Alfândega,
s/n - Centro Histórico)
FUNCIONAMENTO:
De terças a domingos, das 10h às 19h
INGRESSO:
Gratuito
·
O Museu não possui
estacionamento
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